quarta-feira, 31 de março de 2010

Amizade - Traição - Amor

AMIZADE – TRAIÇÃO - AMOR
Evangelho de São João 13,21-33. 36-38


Este Evangelho narra um trecho onde Jesus faz a experiência mais triste de sua vida entre os seus amigos.
A experiência de ser traído, por aqueles que Ele mais confiava: Judas aquele que era responsável pelo dinheiro do grupo, da comunidade, portanto, Judas era uma pessoa de confiança. Quando temos um dinheiro sob nossa responsabilidade e pertence a outrem, o nosso zelo e cuidado é redobrado, não é assim? Judas era íntimo de Jesus, porque tinha essa responsabilidade. Mas não é disso exatamente que o Evangelho quer falar, mas é algo mais profundo, a traição de Judas vai além da responsabilidade de guardião do dinheiro da comunidade. Trata-se aqui da traição do projeto de Jesus, Judas seguiu Jesus, ouviu suas mensagens acreditou Nele, mas agora ele sabe que Jesus vai morrer nas mãos dos judeus e dos romanos, ele acreditou como todo judeu que Jesus era o Messias e que ia libertar o povo judeu do poder dos romanos, e Judas não aceita simplesmente que Jesus, o Messias, morra, sem realizar esta sua missão. E ai Judas pensa que se ele colocar Jesus num confronto com o poder dos judeus que era os sumos sacerdotes, ele poderia reagir como o Messias Salvador, e assim com o poder que tinha poderia mostrar a todo mundo que Ele era todo Poderoso. Este pensamento de Judas não está no plano de Jesus. Ele não reúne legiões celestes para enfrentar os soldados, mas cumpre as escrituras e projeto do Pai. Não é com confronto armado que Jesus vai salvar a humanidade, mas sim, pelo amor, misericórdia e compaixão. Eis ai a grande contradição das convicções de Jesus e dos Apóstolos que apesar de estarem com Ele há uns três anos ainda não tinham compreendido o tipo de Reinado que Jesus iria implantar no mundo. É essa a maior traição de Judas, pois, não foi capaz de compreender o mestre, de acreditar em suas Palavras de amor. Judas toma, portanto, outro caminho, o caminho da covardia, da entrega do amigo, da traição.
A outra figura decepcionante relatada neste texto é a de Pedro, também, pensa semelhante a Judas, porque acreditava num Messias Salvador que não podia morrer de forma tão humilhante numa cruz, para Pedro é insuportável esta idéia, mas Jesus conhece o coração e fragilidade de seus companheiros, ele perscruta o coração daqueles que estão com Ele, ele conhece suas fraquezas, apesar de saber que eles o amam, como declarou Pedro em outra ocasião, quando Jesus deixou sobre ele a responsabilidade do seu rebanho, do seu grupo, ainda assim, Jesus não deixa de confiar neles e na hora fatal, convida-os a ficarem com Ele, no Horto das Oliveiras, quando Jesus pressente a sua hora. Nada é mais dolorido do que a traição de um amigo, de uma pessoa que confiamos, mesmo assim Jesus não desiste por que é fiel ao Pai, Ele não pode fugir da missão. Ele acredita fielmente no Pai que não o abandona. E apesar de tudo ama os seus amigos. “Assim como o Pai me amou, eu também amei vocês: permaneçam no meu amor” (Jo. 15,9)
“O que eu mando é isto: amem-se uns aos outros” (Jo. 15,17)
E nós, que fomos batizados em nome da Trindade, muitos já fizemos a experiência de recebermos o Corpo de Jesus na Eucaristia, fizemos a confirmação do nosso Batismo, através de nossa Crisma. Dizemo-nos cristãos, ou seja, também seguidores de Jesus nos nossos dias.
Será que estamos sendo fiéis a Ele?
Como está o nosso relacionamento de confiança com nossos amigos? Será que somos fiéis e responsáveis uns pelos outros. Ou somos os primeiros a jogar pedras naqueles que fraquejam ao nosso lado?
Como está a nossa vida de oração e participação na vida da comunidade? Será que estou comprometido (a) em dar continuidade nos ensinamentos de Jesus?
Refletimos um pouco sobre isto....

Ir. Iardete Pereira do Amaral

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