quarta-feira, 25 de maio de 2011

Mt 28,16-20

A) Texto: Mt 28,16-20

Naquele tempo, os onze discípulos foram para a Galiléia, ao monte que Jesus lhes tinha indicado. Quando viram Jesus, prostraram-se diante dele. Ainda assim alguns duvidaram. Então, Jesus aproximou-se e falou: "toda a autoridade me foi dada no céu e sobre a terra. Portanto, ide e fazei discípulo meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei! Eis que eu estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo".


B) Comentário:

A mensagem deste texto está vinculada à importância do movimento, presente no início e no meio da leitura, através do verbo ir, quando diz que "os discípulos foram para a Galileia..."; e logo destaca que Jesus falou: "Ide e fazei discípulos meus todos os povos".

Ora, na vida há o mover-se por si mesmo, por interesse ou decisão própria; e o mover-se por ordem de alguém, que emite o comando. Neste caso, a ordem vem de Jesus, daquele que tem poder, que tem toda a autoridade (v.18). E que ordena Jesus aos seus, a nós hoje? Que manda aqule que pode?

Primeiro ele diz: ide e fazei discípulos meus todos os povos. Está claro de que não se trata de quaisquer discípulos, mas que tenham identidade, que ao vê-los saiba-se que são de Cristo. Aqui há um desafio enorme, e sempre houve, na vida do discípulo de Jesus: corremos o risco de falar de nossas próprias idéias em lugar das idéias provenientes do Senhor. As idéias são dele, os discípulos são dele, esta é a verdade. Jesus fala com propriedade e transparência: fazei discípulos meus. O verdadeiro discípulo de Jesus é aquele que não faz discípulos para si e sim para o mestre. É por isso que o livro sagrado nos lembra: "quer vivamos, quer morramos, pertencemos ao Senhor".

Logo acena Jesus: ide e ensinai - "ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei". Portanto é evidente que a instrução deve ser integral, que tudo deve ser repassado às novas gerações. Nada deve ficar fora da observância; tudo implica até nos detalhes, pois tudo é tudo. Aqui vem o eco de voz da mãe de Jesus ao respeito, quando no evangelho de João lemos que ela se dirige aos discípulos de seu filho com a mesma idéia, nas palavras: "Fazei tudo o que ele vos disser" (Jo 2,12). Conclui aquele texto de João, dizendo: "... e seus discípulos creram nele". Maria nos leva à fé em Jesus. O nosso texto de hoje, o de Mateus, menciona de que quando viram Jesus, "alguns duvidaram" (Mt 28,17). A dúvida também faz parte da vida do discípulo que recorre ao mestre, e o mesmo nos toma pela mão, como fez com Pedro "homem fraco na fé, por que duvidaste? " (Mt 14,31).


"Fazei discípulos meus todos os povos". O discípulo tem que instruir, o missionário é enviado a multiplicar os multiplicadores das ações de Jesus. Eis a missão do cristão, como outrora já dissera o apóstolo Paulo: "Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim" (Gl 2,20).

E por fim conclui dizendo: "ide e eu estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo". Ora, quando Jesus diz "estarei convosco", é como se dissesse "eu sou Deus convosco"; exatamente o signficado de Emanuel anunciado pelo profeta (Is 7,14). Jesus é cumprimento das profecias, é a realização e garantia da presença divina e perene na ação de quem é seu discípulo. O mestre não deixa ninguém sozinho, pois age conforme o Pai: "não é bom que o homem esteja só"; e assim sabendo que a solidão é má companhia (Gn 2,18), busca o bem dos seus; ele estará sempre presente e pendente em tudo o que for necessário para a eficiência na missão dos discípulos, e assim sintam-se bem fazendo o que devem.

Padre Romeu Ferreira da Silva

Professor de Bíblia - Pároco da Paróquia Rainha da Paz - Bengui

Belém - PA

Nenhum comentário:

Postar um comentário