quinta-feira, 29 de setembro de 2011

São Francisco de Assis

Santarém, 25 de setembro de 2011

Minhas irmãs.

Saúdo a todas com Paz e Bem!

Nos dias 01,02 e 03 de setembro, Ir. Iardete, Ir. Diva, Ir. Marinez e eu participamos da assembléia da CRB regional Pará e Amapá, em Belém. Acho pertinente partilhar convosco este painel que ilustra a temática em torno da qual giraram todas as discussões, falas e partilhas: "Palavra de Deus na Amazônia: gemidos e desafios, luzes e esperança". Esta foi a interpretação feita por Ir. Zenilda, presidente da CRB do nosso regional.

"Temos a imagem da Pietá Amazônica. Em seus braços está o filho, que não está morto, está em profunda dor, agonizando.

Como o filho, a Amazônia está agonizando, gemendo de dor! Ela também ainda não está morta, mas em agonia, gemendo de dor, uma dor gerada pelo desmatamento, pelas queimadas, pela derrubada das árvores.

Contemplemos:

- A idade significativa das árvores, expressa nos anéis (Vejam os anéis! Os anéis são os troncos).

- O corpo do filho está bem conectado com as árvores cortadas...

- Observemos o contraste da cinza e do verde.

- Perante toda degradação da criação, ainda resta o verde, a água...

- Pode nascer algo bom na dor: a plantinha que está nascendo.

- A mulher é a mãe natureza que está resistindo a tudo que a machuca e mata.

- Olhemos os rios: um rio que está limpo, fluindo bem; outro rio está bloqueado pelas árvores jogadas nele.

- A mãe natureza é a Mãe da Palavra presente na nossa Amazônia, com seus gemidos e desafios, com seus sonhos e esperanças".

Fico a me perguntar: qual seria a reação do nosso pai seráfico ao ver o que acontece na Amazônia e ao contemplar este painel? A joralista Mariana Lacerda diz: Já se sabe que São Francisco é o patrono da Ecologia; a sua trajetória segundo seus escritos, está carregado de histórias da sua relação com toda a criação e criaturas de Deus. Ele andava com cuidado para não machucar nenhuma planta e nenhum bicho; passava sobre as pedras com reverência e afastava carinhosamente, lesmas e formigas do caminho - para que ninguém, sem querer, as machucasse. Numa outra ocasião, Francisco conversou com um lobo pedindo-lhe que não provocasse medo às pessoas. Seus gestos de zelo e benevolência com animais, astros e plantas revelam o que o teólogo Leonardo Boff chama de "Sentimento de pertença". O lado ecológico de Francisco de Assis estaria ai: "Pertencemos à Natureza, somos partes de um Todo que nos cerca e que temos de preservar, além de se relacionar com reverência e unção", afirma Boff.

Assim também, com sinceríssima pureza, admoestava ao amor divino e exortava os trigais e vinhas, pedras e bosques e todas as coisas belas dos campos: as nascentes das fontes e todo verde dos jardins, a terra e o fogo, o ar e o vento.. Enfim, chamava todas as criaturas com o nome de irmão, percebia com agudeza as coisas ocultas do coração das criaturas (1Cel 81,4ss). Creio que nos dois primeiros capítulos do livro do Gênesis foi onde Francisco se inspirou em sua relação íntima de amor intenso com a natureza.

Portanto minhas irmãs é a partir da Palavra de Deus que nós vamos descobrindo as luzes para a nossa missão nesta imensa Amazônia. Aprendamos de São Franncisco, o mestre da fraternidade cósmica.

E ainda invoquemos a intercessão do nosso pai fundador, para que desça a energia divina e a sua proteção sobre nossas irmãs que assumem uma missão de risco, por defender junto com o povo a criação de Deus e rezemos como o salmista: "Que os malvados desapareçam da terra, e os injustos nunca mais existam" (Sl 104,35)

Minhas saudações fraternas e tenhamos todas uma boa celebração franciscana.

Ir. Maria Brites.

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