Evangelho
de Domingo (27.05.12)
P. Romeu Ferreira
A) Texto: Jo 20,19-23
B) Comentário
Celebramos a eclosão da Igreja missionária de
Jesus, a Festa de “Pentecostes”, contemplando o texto bíblico da “Vinda do
Espírito Santo”; do Paráclito, prometido por ele: “Se me amais, observareis
meus mandamentos, e rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que
convosco permaneça para sempre...” (Jo 14,15s; 16,7).
“Espírito Santo” na língua original do Novo
Testamento se diz “pneuma hagion” (pneuma = espírito, sopro; hagion = santo).
Ora, os substantivos gregos que terminam em “ma”, como “pneuma”, são palavras
passivas. Portanto, “Espírito” em grego, não é o sopro; e sim o resultado do
sopro. Por conseguinte o “Espírito Santo” é o resultado da ação de Deus sobre o
homem, sobre os apóstolos, sobre Sua Igreja.
“... estando fechadas, por medo dos judeus...”
(v 19). O medo leva ao fechamento. O Espírito Santo afugenta o medo e imprime
coragem aos discípulos de Jesus: no passado, no presente e no futuro.
Como se sabe, a Festa de Pentecostes se dá
no dia seguinte, passada as sete semanas depois da Festa da Páscoa. Ou seja,
7x7+1(dia da solenidade) /cinqüenta dias = Pentecostes/. O número “sete” é na
bíblia signo da plenitude, da perfeição. Logo a Festa do dia 50, é a Festa do
tempo completo, perfeição da perfeição na vinda da energia de Deus em tempo
pleno para o seu povo.
Há várias considerações a serem feitas neste
texto. Primeiro Jesus confia a missão (v 21) aos apóstolos e só depois é que os
capacita para tal, com o “Espírito Santo” (v 22); é o Espírito que dá vida e
dinamiza a existência, como Deus a projetou. É como o Pai, que primeiro faz,
modela o homem, e só depois insufla o hálito vital, o sopro de vida (Gn
2,7). De igual maneira o fez Jesus: Soprou
sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo” (v 22). Porém antes já dissera: “Como
o Pai me enviou, também eu vos envio” (v 21). Ou seja, primeiro o mestre manda
e só após o mandato, dá os meios de bem exercê-lo: O Espírito Santo. É bom
observar que os procedimentos desta ação não podem ser de qualquer jeito, mas
há um esquema a ser seguido: “como o Pai... me // eu vos...”. Quer dizer, Jesus
tem os olhos voltados para o Pai e nós o tenhamos voltados para ele, que é o Filho.
É atuando coerentemente como Cristo, que seremos realmente cristãos.
Por outro lado, é indispensável saber que a
missão confiada é uma missão de paz, pois o mestre destaca duplamente no texto:
“A paz esteja convosco” (vv 19.21). Ele se coloca no meio deles (v 19) para
emitir a saudação que confere a paz, indicando também que o centro do agir dos
apóstolos deve ser regido pela paz.
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